O Festival Internacional de Documentários de Madrid celebra a sua vigésima edição de 3 a 7 de maio de 2023. Um evento dedicado exclusivamente ao “cinema do real”, com a participação de longas e curtas-metragens na secção de Competição Internacional.
O Festival Internacional de Cinema Documental, promovido pelo Ayuntamiento de Madrid com a colaboração de espaços culturais da cidade e organizado por Cineteca Madrid, tem como objetivo divulgar o que de melhor se faz neste género cinematográfico a nível mundial, com especial destaque para o cinema contemporâneo e nas novas apostas estéticas. Filmes inspirados nas distintas formas de não-ficção, que exploram novos formatos audiovisuais, sem limitações de critérios como a sua definição, duração, género ou categoria.
Como vem sendo habitual, esta edição contará com três grandes secções competitivas: a Competição Internacional, que incluirá filmes de produção ou coprodução nacional e estrangeira ainda não exibidos em Madrid; a Competição Nacional, com filmes de produção ou coprodução espanhola, assim como obras realizadas por realizadores/as nacionais; e a Secção Corte Final, que reúne filmes em fase final de produção ou coprodução nacional.
Entre os 13 títulos incluídos na Competição Internacional destacam-se os filmes 45th parallel, de Lawrence Abu Hamdan, um comovedor monólogo num edifício que se ergue na espessura da fronteira entre os EUA e o Canadá; Against time, de Ben Russell, um poema que celebra o instante presente e convida a uma imersão total; And the king said… what a fantastic machine, de Axel Danielson, um filme provocador e divertido, que aborda a ascenção da cultura da imagem; e The secret garden, de Nour Ouayda, um filme sobre uma utopia cativante e necessária: a existência de oásis furtivos, que se escondem nas cidades como Beirute.
A Competição Nacional contará com 12 filmes, como A los libros y a las mujeres canto, de María Elorza, retrato de uma genealogia oculta das mulheres e da sua relação com a literatura; Aqueronte, de Manuel Muñoz Rivas, uma reflexão sensorial sobre a condição transitória do ser humano; Bloom, de Helena Girón, a reconstrução das suas paisagens e da dimensão mítica da legendária ilha de San Borondón; Karpeta urdinaki (Pastas azuis) de Ander Iriarte, uma investigação sobre a tortura às mãos das Forças de Segurança do Estado; Laberint sequences, de Blake Williams, que explora os falsos caminhos e os loops infinitos do Laberint d’Horta, em Barcelona.
Para a secção Corte Final, dedicada a filmes em fase final de produção ou de coprodução espanhola, foram selecionados quatro projetos para 2023: Adolescencia infinita, de Vítor Soho; Natsu no uta (Canções de Verão), de Jorge Suárez-Quiñones; Distopías alcanzadas, de Nayra Sanz Fuentes; e Turismo de guerra, de Kikol Grau.
Ao longo dos seus vinte anos de existência, o festival tem mantido os eu compromisso com uma maneira aberta e plural de compreender o género do documentário, acompanhando e fomentando novos modelos e autores, aliando-se com o impulso de descobrimento que caracteriza este género cinematográfico, e premiando a inovação e o bem-fazer.
Cada secção atribui dois prémios: o Prémio do Júri para o Melhor Filme e o Prémio Especial do Júri, além de um máximo de duas menções especiais para dois filmes das secções competitivas, e do diploma e Prémios do Público Cineteca Madrid (Matadero), atribuídos como resultado da votação dos espectadores (na sala de exibição e online).
Retrospetivas e projeções especiais
De 3 a 13 de maio decorrerá o ciclo Mejor ser que obedecer. El cine de Narimane Mari (Melhor ser que obedecer. O cinema de Narimane Mari) que Documenta Madrid e o Museu Reina Sofía dedicam à criadora argelina. Um ciclo que oferece um percurso pelos filmes de uma das autoras de culto fundamentais do cinema internacional. O seu trabalho caracteriza-se por trascender as fronteiras entre o documental, o cinema experimental e a ficção. O cilo inclui os filmes Le fort des fous, Loubia hamra, On a eu la journée bonsoir, S’il etait une fois e Holy Days.
A retrospetiva Rebelión y ética y estética del Grupo Zanzíbar, (Rebelião, ética e estética do Grupo Zanzíbar)dedicada à produção cinematográfica deste grupo de jovens criadores, que realizou 15 filmes em apenas dois anos , entre 1968 e 1970, organizada por Documenta Madrid em colaboração com a Filmoteca Española decorrerá de 3 a 7 de maio.
Na Cineteca será exibido o ciclo Kill the Spiders: John Smith Retrospective (Matar as aranhas: Uma retrospetiva de John Smith), dedicada a este cineasta, internacionalmente conhecido pela sua obra vanguardista e por desafiar as barreiras do género. John Smith assistirá à apresentação da sua filmografia e oferecerá uma masterclass com o tema Las barreras entre la ficción y la no ficción (As barreiras entre a ficção e a não ficção). O público poderá ainda assistir ao ciclo Por un cine colectivo, Cámara, Ácción ¡Despierta! (Por um cinema coletivo: Câmara, Ação, Desperta!) e à Mostra Internacional de Cinema Educativo MICE, que inclui uma seleção de filmes desenvolvidos coletivamente nas aulas.
O festival acolherá também a projeção especial de Crossroads. El viaje circular de Boa Mistura (Crossroads. A viagem circular de Boa Mistura) de Dan Barreri, uma viagem inspiradora através do trabalho de Boa Mistura, um coletivo artístico de projeção internacional, com raízes no graffiti e na arte urbana.
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