Fundada em 1720, esta instituição, situada em pleno Paseo del Arte, num edifício neo-mudéjar, dedica-se à produção artesanal de tapeçarias, tapetes e reposteiros. Os tapetes e tapeçarias da Real Fábrica podem contemplar-se em todos os palácios pertencentes à Coroa espanhola: Palácio Real, Palácio del Pardo, Palácio de la Granja de San Ildefonso, Palácio de Aranjuez, Palácio de Riofrío, Alcázares Reais, Palácio de Pedralbes, e em numerosas instituições nacionais e estrangeiras.
O rei Felipe V decidiu fundar uma fábrica de tapeçarias e tapetes com o objetivo de tornar os então austeros palácios espanhóis mais confortáveis. A fábrica conseguiu que grandes artistas começassem a pintar modelos e esboços para as suas tapeçarias, como foi o caso de Goya, cujas tapeçarias se podem admirar em diversos museus. Atualmente, a fábrica mantem a produção artesanal de tapeçarias, tapetes e reposteiros, e forma novos artesãos. Além disso, convertida em fundação, conserva a documentação e divulgação do legado histórico, cuidando do património histórico espanhol e trabalhando para o restauro de tapeçarias e tapetes.
A Real Fábrica de Tapetes alberga uma importante coleção de tapeçarias e tapetes, composta por peças de fabrico próprio e obras em depósito. As obras que compõem a coleção são provenientes de importantes instituições culturais, como o Museu Arqueológico Nacional e o Museu de Artes Decorativas, e entre elas merece destaque a série de tapeçarias sobre Os Milagres dos Apóstolos, fabricadas na Flandres no século XVII, segundo os cartões de Rafael Sanzio.
A Real Fábrica expõe igualmente algumas das peças têxteis elaboradas nas suas instalações, desenhadas pelos pintores mais importantes da história da fábrica, como Goya, Teniers, Juan Gris, Pérez Villalta, etc.
Complementa a coleção de tapeçarias e tapetes uma mostra das principais ferramentas de trabalho artesanal, como teares históricos, rocas, bobinadeiras e vários cartões procedentes do seu arquivo gráfico.
A Real Fábrica de Tapetes também conta com um jardim histórico, que conserva a maioria dos seus elementos originais. Depois de ser remodelado, o jardim alberga ainda uma coleção de amostras de plantas tintórias e de espécies vegetais utilizadas na produção de fibras têxteis como o algodão e o linho. As plantas procedem de diferentes lugares do mundo, e foram utilizadas por diferentes culturas para obter tintes e fibras vegetais. A nova secção etnobotânica está totalmente integrada no desenho original do jardim, sem alterações de fundo ou irreversíveis na distribuição dos seus elementos.
Programa de visitas guiadas
Através do seu programa de visitas guiadas, a Real Fábrica de Tapices oferece a possibilidade de contemplar o trabalho dos tecelões no seu museu vivo.
Os antigos artesãos da Real Fábrica de Tapices permitem ao visitante conhecer o ambiente de trabalho de outra época, e conhecer anedotas e curiosidades do ancestral ofício da tecelagem manual.
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